quarta-feira, 2 de junho de 2010

Carne aumenta risco de câncer de mama, diz estudo Por Redação, com BBC - de Londres O consumo de carne vermelha pode aumentar significativamente o


O consumo de carne vermelha pode aumentar significativamente o risco de câncer de mama em mulheres que já passaram da menopausa, segundo um estudo publicado no British Journal of Cancer. Uma equipe de cientistas da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, monitorou a saúde de 35 mil mulheres durante sete anos e concluiu que mulheres que comiam uma porção de cerca de 60g de carne por dia apresentaram 56% mais risco do que aquelas que não consumiam o alimento. Ainda segundo o estudo, as mulheres que comiam carne processada, como bacon, salsichas e presunto, têm 64% mais risco de desenvolver o câncer de mama do que aquelas que evitam esses pratos. - A carne vermelha é rica em gordura saturada, e esse tipo de gordura influencia na quantidade de colesterol produzida pelo organismo. O colesterol é um precursor do estrogênio, substância que está associada a um maior risco de câncer de mama - explicou Janet Cade, chefe da equipe que realizou a pesquisa.

Fibras Segundo a médica, cozinhar a carne em altas temperaturas também pode acelerar a formação de componentes cancerígenos. - Meu conselho para mulheres que consomem grandes quantidades de carne vermelha e processada diariamente é para que elas reavaliem sua dieta -disse. Cade afirmou ainda que mulheres mais jovens, que ainda não entraram na menopausa e que comem carne vermelha, também apresentaram mais chances de sofrer da doença, mas os resultados não foram significantes estatisticamente. O mesmo estudo mostrou que mulheres mais jovens que consomem grande quantidades de fibras cortaram pela metade o risco de desenvolver o câncer de mama.

Estilo de vida A pesquisa foi elogiada por entidades britânicas de prevenção e combate à doença. "Este estudo é interessante porque até agora era difícil isolar os efeitos específicos da carne vermelha sobre o câncer de mama", disse Alexis Willett, da Breakthrough Breast Cancer. - Os cientistas também encontraram diferenças em outros fatores como idade, peso e nível de atividade física entre aquelas mulheres que comiam e as que não comiam carne, e tudo isso também influencia no desenvolvimento da doença -. Henry Scowcroft, do Cancer Research UK, disse que as mulheres deveriam tentar manter um peso saudável, fazer exercícios físicos e evitar porções regulares de alimentos gordurosos, como a carne vermelha.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hábitos Alimentares...

Muitos componentes da alimentação têm sido associados com o processo de desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, cólon (intestino grosso) reto, próstata, esôfago e estômago.

Alimentação de risco
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, lingüiças, mortadelas, dentre outros.

Existem também os alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos. Por exemplo, os nitritos e nitratos usados para conservar alguns tipos de alimentos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados, se transformam em nitrosaminas no estômago. As nitrosaminas, que têm ação carcinogênica potente, são responsáveis pelos altos índices de câncer de estômago observados em populações que consomem alimentos com estas características de forma abundante e freqüente.
Já os defumados e churrascos são impregnados pelo alcatrão proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado na fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica conhecida.
Os alimentos preservados em sal, como carne-de-sol, charque e peixes salgados, também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago em regiões onde é comum o consumo desses alimentos.

O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de câncer. Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas, podem ser criados compostos que aumentam o risco de câncer de estômago e coloretal. Por isso, métodos de cozimento que usam baixas temperaturas são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, pochê, ensopado, guisado, cozido ou assado.

AlimentaçãoEstudos demonstram que uma alimentação pobre em fibras, com altos teores de gorduras e altos níveis calóricos (hambúrguer, batata frita, bacon etc.), está relacionada a um maior risco para o desenvolvimento de câncer de cólon e de reto, possivelmente porque, sem a ingestão de fibras, o ritmo intestinal desacelera, favorecendo uma exposição mais demorada da mucosa aos agentes cancerígenos encontrados no conteúdo intestinal. Em relação a cânceres de mama e próstata, a ingestão de gordura pode alterar os níveis de hormônio no sangue, aumentando o risco da doença.

Há vários estudos epidemiológicos que sugerem a associação de dieta rica em gordura, principalmente a saturada, com um maior risco de se desenvolver esses tipos de câncer em regiões desenvolvidas, principalmente em países do Ocidente, onde o consumo de alimentos ricos em gordura é alto. Já os cânceres de estômago e de esôfago ocorrem mais freqüentemente em alguns países do Oriente e em regiões pobres onde não há meios adequados de conservação dos alimentos (geladeira), o que torna comum o uso de picles, defumados e alimentos preservados em sal.

Atenção especial deve ser dada aos grãos e cereais. Se armazenados em locais inadequados e úmidos, esses alimentos podem ser contaminados pelo fungo Aspergillus flavus, o qual produz a aflatoxina, substância cancerígena. Essa toxina está relacionada ao desenvolvimento de câncer de fígado.


Como prevenir-se
Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem nos ajudar a reduzir os riscos de desenvolvermos câncer. A adoção de uma alimentação saudável contribui não só para a prevenção do câncer, mas também de doenças cardíacas, obesidade e outras enfermidades crônicas como diabetes.

Desde a infância até a idade adulta, o ganho de peso e aumentos na circunferência da cintura devem ser evitados. O índice de massa corporal (IMC) do adulto (20 a 60 anos) deve estar entre 18,5 e 24,9 kg/m2. O IMC entre 25 e 29,9 indica sobrepeso. Com IMC acima de 30 a pessoa é considerada obesa. O IMC é calculado dividindo-se o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em m). Veja a fórmula.

peso
IMC = ------------------
(altura x altura)



Frutas, verduras, legumes e cereais integrais contêm nutrientes, tais como vitaminas, fibras e outros compostos, que auxiliam as defesas naturais do corpo a destruírem os carcinógenos antes que eles causem sérios danos às células. Esses tipos de alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais do processo de carcinogênese e, portanto, devem ser consumidos com freqüência.

Hoje já está estabelecido que uma alimentação rica nesses alimentos ajuda a diminuir o risco de câncer de pulmão, cólon, reto, estômago, boca, faringe e esôfago. Provavelmente, reduzem também o risco de câncer de mama, bexiga, laringe e pâncreas, e possivelmente o de ovário, endométrio, colo do útero, tireóide, fígado, próstata e rim.

As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a regularizar o funcionamento do intestino, reduzindo o tempo de contato de substâncias cancerígenas com a parede do intestino grosso.

A tendência cada vez maior da ingestão de vitaminas em comprimidos não substitui uma boa alimentação. Os nutrientes protetores só funcionam quando consumidos através dos alimentos, o uso de vitaminas e outros nutrientes isolados na forma de suplementos não é recomendável para prevenção do câncer.

Vale a pena frisar que a alimentação saudável somente funcionará como fator protetor, quando adotada constantemente, no decorrer da vida. Neste aspecto devem ser valorizados e incentivados antigos hábitos alimentares do brasileiro, como o uso do arroz com feijão.


Como se alimenta o brasileiro
No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos alimentares estão entre as seis primeiras causas de mortalidade por câncer. O perfil de consumo de alimentos que contêm fatores de proteção está abaixo do recomendado em diversas regiões do país. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, que em 2010 entrevistou 54.367 pessoas, o padrão alimentar no país mudou para pior.

Apesar de consumir mais frutas e verduras, o brasileiro continua a comer muita carne gordurosa (1 em cada 3 entrevistados) e tem optado por alimentos práticos, como comidas semiprontas, que são menos nutritivas. A ingestão de fibras também é baixa, onde se observa coincidentemente, uma significativa freqüência de câncer de cólon e reto. O feijão, alimento rico em ferro e fibras, que tradicionalmente fazia o famoso par com o arroz, perdeu espaço na mesa dos brasileiros. Para agravar o quadro, eles também tem se exercitado menos. Em 2006, 71,9% da população revelava comer o grão ao menos cinco vezes na semana. Em 2010, a média caiu para 65,8%. No estado do Rio, a média de consumo do feijão ainda é alta: 71,7%. A queda na média nacional pode ser atribuída às mudanças na dinâmica da família brasileira, que tem tido cada vez menos tempo de preparar comida em casa e o feijão tem preparo demorado. O consumo de gorduras é mais elevado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde ocorrem as maiores incidências de câncer de mama no país.


AlimentaçãoOutro dado negativo é que os refrigerantes e sucos artificiais - que têm alta concentração de açúcar - têm ganhado espaço na preferência dos brasileiros. Ao todo, 76% dos adultos bebem esses produtos pelo menos uma vez por semana e 27,9%, cinco vezes ou mais na semana. O consumo quase que diário aumentou 13,4% em um ano. Entre os jovens de 18 a 24 anos, a popularidade dos refrigerantes é ainda maior: 42,1% tomam refrigerantes quase todos os dias. Apesar de o mercado oferecer cada vez mais versões com menos açúcar, como os diet e os light, somente 15% dos brasileiros optam por eles. Os jovens também preferem alimentos como hambúrguer, cachorro-quente, batata frita que incluem a maioria dos fatores de risco alimentares acima relacionados e que praticamente não apresentam nenhum fator protetor. Essa tendência se observa não só nos hábitos alimentares das classes sociais mais abastadas, mas também nas menos favorecidas. O consumo de alimentos ricos em fatores de proteção, tais como frutas, verduras, legumes e cereais, tem aumentado, mas ainda é baixo. Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, 30,4% da população com mais de 18 anos comem frutas e hortaliças cinco ou mais vezes na semana. Entre os entrevistados, 18,9% disseram consumir cinco porções diárias (cerca de 400 gramas) desses alimentos, mais do que o dobro do percentual registrado em 2006.
Conheça o Portal da Saúde do Ministério da Saúde e obtenha mais informações sobre alimentação saudável.

domingo, 23 de maio de 2010

Câncer de mama afeta com mais força os países pobres
Kioskea o Terça 3 de Novembro de 2009 às 12:26:02
Gráfico com dados sobre o câncer de mama

O câncer de mama afeta cada vez mais os países pobres, onde a mortalidade é muito elevada em consequência da prevenção e tratamento insuficientes, anunciaram especialistas americanos.

O câncer de mama afeta cada vez mais os países pobres, onde a mortalidade é muito elevada em consequência da prevenção e tratamento insuficientes, anunciaram especialistas americanos.

"Se acreditava que o câncer de mama afetava apenas as mulheres dos países ricos, mas agora sabemos que esta doença também afeta os países em desenvolvimento", afirmou à AFP Felicia Knaul, especialista em saúde pública da Universidade de Harvard.

O fenômeno se explica pelo retrocesso de doenças infecciosas, a desnutrição e o aumento da expectativa de vida nestes países.

Quase 1,35 milhão de casos de câncer de mama serão diagnosticados no mundo em 2009 (10,5% de todos os tipos da doença), o que deixa esta variação atrás apenas do câncer de pulmão, segundo um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard.

O número de casos pode aumentar 26% até 2020, com 1,7 milhão de novas pessoas afetadas, a maioria em países pobres e intermediários.

Os cálculos mostram que este ano mais de 55% das vítimas fatais da doença serão de países com poucos recursos para o diagnóstico precoce e um tratamento eficaz.

Assim, a probabilidade de morte por câncer de mama é 56% nos países mais pobres, de 39% nas nações de recursos intermediários e de 24% nos países ricos.

fonte:link http://pt.kioskea.net/news/12385-cancer-de-mama-afeta-com-mais-forca-os-paises-pobres

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Corrida contra o Câncer

A Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama, realizada neste domingo, no Aterro do Flamengo, reuniu por volta de 6 mil participantes.

O evento, patrocinado pela Bradesco Seguros e Previdência, com apoio da Bradesco Capitalização, festejou este ano os 15 anos de sucesso da campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda, no Brasil.

Representando a Bradesco Seguros e previdência, estiveram presentes o diretor da Bradesco Capitalização, Ricardo Alamar, e o diretor do Banco Bradesco, Wilson martins, que participaram da cerimônia de premiação entregando títulos de capitalização para os três primeiros lugares das categorias masculino e feminino.

http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9819:corrida-contra-o-cancer-de-mama-&catid=45:cat-seguros&Itemid=324

Câncer de Mama

O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.












Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes. No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008. Sintomas Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Sintomas

Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Fatores de Risco

História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.















Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.

Detecção Precoce

As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a mamografia.

O Exame Clínico das Mamas (ECM)

Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. O Exame Clínico das Mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para Controle do Câncer de Mama.
A sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos. A especificidade varia de 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 e entre 71% a 84% nas que estão entre 40 e 49 anos.

A Mamografia

A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros).
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável.















Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia isolada de rastreamento.
A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da qualidade do exame.
Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se referem, principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, depois de sete a nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.

O Auto-Exame das Mamas

O INCA não estimula o auto-exame das mamas como estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.















As evidências científicas sugerem que o auto-exame das mamas não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, o auto-exame das mamas traz consigo conseqüências negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente positivos.
Portanto, o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade.

Recomendações do Instit. Nacional de Câncer

Em Novembro de 2003, foi realizada a “Oficina de Trabalho para Elaboração de Recomendações ao Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama”, organizada pelo Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Câncer e da Área Técnica da Saúde da Mulher, com o apoios das Sociedades Científicas afins e participação de gestores estaduais, ONG’s e OG’s.













A partir dessa Oficina foi desenvolvido um Documento de Consenso para Controle do Câncer de Mama, publicado em 2004, que contém as principais recomendações técnicas referentes à detecção precoce, ao tratamento e aos cuidados paliativos em câncer de mama, no Brasil.

Fonte : Instituto Nacional de Cancer (INCA).


http://anacarolinamadeira.com.br/site/?p=694


terça-feira, 18 de maio de 2010

Cancêr de Mama não é doença só de mulher!


Foto: Caio Esteves / Folha Imagem
Renato Leandro Garcia Vieira, 35, maquinista aposentado (na foto, com a filha, Victória

Segunda causa de morte entre as mulheres, câncer de mama também atinge homens
(por Roberto de Oliveira / fotos Caio Esteves)





"Papai, por que eles tiraram o seu peito?" perguntou chorando Leandro, 2, impressionado com a cicatriz no tórax do pai. O maquinista Renato Garcia Vieira, 35, conta que a reação do filho (hoje com 9 anos) foi um dos piores momentos de sua batalha contra o câncer de mama.
"Como eu poderia explicar para uma criança algo que nem os adultos conseguem entender? Falar de uma coisa que é motivo para brincadeiras maldosas... Eu mesmo, quando descobri, não sabia que essa doença também poderia atingir homens", diz.
A desinformação -boa parte dela fruto de preconceito- é a principal responsável pelos diagnósticos tardios, que chegam a reduzir a 50% as chances de sobrevivência de um paciente masculino com câncer de mama.
"A maioria acha que é doença de mulher", diz Pedro Aurélio Ormonde, diretor do Hospital do Câncer 3 (Rio). No país, não há dados precisos sobre o número de óbitos provocados pela doença.
O câncer de mama é bem mais raro entre os homens, mas, não pode ser ignorado. A estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer), órgão ligado ao Ministério da Saúde, é que a doença deve atingir 28.340 mulheres este ano, com previsão de 8.245 óbitos. Atenção: esses são apenas os novos casos.
Índices internacionais mostram que, para cada 100 mulheres com câncer de mama, um homem é afetado (1%). Entre os brasileiros, essa porcentagem seria de 0,65%, segundo o Hospital do Câncer de São Paulo, atingindo principalmente pacientes com mais de 60 anos. Considerando a previsão do Inca para o câncer feminino, cerca de 185 homens serão acometidos pela doença este ano.
Nos EUA, onde as estatísticas são mais apuradas, a previsão de novos casos de câncer de mama em mulheres é de 180 mil, cinco vezes mais que no Brasil. Os norte-americanos calculam que 1.400 homens serão atingidos pela doença e 400 deverão morrer em decorrência dela. No Brasil, os especialistas concordam que os números são subestimados. Na região de Ribeirão Preto (interior de SP), onde Renato mora, o ambulatório de mastologia do Hospital das Clínicas registrou nesta década pelo menos dez casos. Um a cada ano, em média. Metade dos pacientes morreu por causa da demora no diagnóstico.
Embora os números não sejam alarmantes, um pouco de informação e menos preconceito ajudariam a evitar sofrimento e até mortes.
Segundo Mário Mourão Netto, diretor do departamento de mastologia do Hospital do Câncer, a maioria do casos é descoberta de forma tardia, muitas vezes por desconhecimento do próprio médico, não-especializado.
No caso do maquinista Renato, quem percebeu o pequeno tumor, menor que um grão de feijão, foi sua mulher, Rosângela, 37. "Era duro. Não saía do lugar", conta ela. De início, ele não se preocupou. "Pensei que fosse apenas um nódulo, um lobinho", diz Renato.
Ao contrário do tumor cancerígeno, o "lobinho" -na maioria das vezes, a primeira identificação errada feita do nódulo- é um caroço formado por excesso de gordura gerada pelo organismo e não traz nenhuma conseqüência negativa ao portador, exceto a estética.
Mas, um mês e meio depois, o caroço estava maior que uma azeitona, e o casal resolveu procurar um médico. "Se eu tivesse ido logo no primeiro dia, não teria perdido minha mama inteira", lamenta Renato.
Quando mais tempo o paciente demora, menos chances tem de controlar a doença, que pode se alastrar por outras partes do corpo. Ossos, pulmão e fígado são as vítimas preferenciais da invasão do tumor.
Foi o que aconteceu com Renato. Depois de retirar a mama, em junho do mesmo ano, no HC de Ribeirão Preto, ele se submeteu a sessões de rádio e quimioterapia para conter a possível multiplicação das células cancerígenas. Foram seis meses marcados por enjôos, vômitos e depressão.
Dois anos depois, porém, o câncer havia atingido a coluna e a bacia. Renato chegou a ficar 21 dias de cama, com dificuldade para andar. Sua fragilidade era tamanha que um espirro fez com que quebrasse uma das costelas. "O ano de 96 ficará marcado na minha memória. O médico disse que o meu marido não teria mais que três meses de vida e que, mesmo assim, tinha que continuar as sessões só para aliviar sua dor", conta Rosângela.
Renato não abandonou o tratamento convencional, mas experimentou outras alternativas de cura e, a pedido do médico, largou o cigarro -fumava um maço por dia, em média, desde os 18 anos.
O fumo é apontado como um dos principais carcinógenos. Os fumantes apresentam um risco relativo dez vezes maior do que os não-fumantes de desenvolver câncer de pulmão, bexiga e no aparelho digestivo, por exemplo.
Outro fator que merece atenção é o histórico familiar. A bisavó de Renato, por exemplo, morreu de câncer no útero. A incidência em famílias que já registraram casos da doença é maior do que em outras sem antecedentes. Em alguns casos, o risco pode dobrar.
O problema, diz Mário Mourão Netto, é que a maioria das pessoas ignora que é possível diagnosticar, com antecedência, a possibilidade de desenvolver câncer por hereditariedade. Mário cita exames de sangue que permitem estudar a presença de genes supressores de câncer (que surgem para inibir a doença), principalmente de cólon e mama.
Se o exame detecta que um determinado gene sofreu mutação, a pessoa tem chances de vir a desenvolver a doença. A partir daí é possível fazer um tratamento de prevenção com medicamentos. "Graças a esse novo tipo de identificação, é possível evitar que o câncer venha a se manifestar em até 60% dos casos", diz o médico.
Além do fator hereditário, os grupos de risco masculino são os que sofrem de ginecomastia (aumento do volume da mama), quem foi exposto à radiação, tem problemas de fígado e próstata e quem fez tratamento com estrógeno, além de homens que tiveram doenças testiculares (como caxumba) e, conseqüentemente, produzem menos hormônios sexuais masculinos.

Suspeita da mulher
Com medo da herança genética, o metalúrgico aposentado Luiz Carlos Furlani, 55, de São Paulo, quer convencer suas sobrinhas a fazer o exame de identificação de genes. A doença já atingiu quatro membros de sua família (três irmãs e uma outra sobrinha) -além dele.
Casado e pai de dois filhos, Luiz descobriu o caroço no segundo semestre de 96, também durante o banho. "Na hora pensei que fosse câncer. Fiquei mal, achei que iria morrer, como minhas irmãs." Ainda assim, preferiu o silêncio e, durante três meses, escondeu o nódulo da mulher e dos dois filhos.
Mas a angústia ficou. "Suspeitei que fosse outra mulher, porque ele mudou o jeito de agir. Cogitei até me separar", lembra a mulher, Gilda Maria de Jesus, 49. Cobrado, Luiz abriu o jogo.
A mama foi retirada no início de 97, no Hospital do Câncer, em São Paulo. O câncer estacionou, sem necessidade de químio ou radioterapia. "A nossa sorte foi não esperar o nódulo crescer para procurar um especialista. Outro ponto fundamental foi nos mantermos unidos. Se houve alguma coisa boa nisso, foi a nossa união. Passamos a dar mais valor à vida", lembra Gilda.
Três meses depois de retirar a mama, Luiz, que gosta de ir à praia todos os finais de semana, enfrentou o desafio de caminhar em público, o corte à mostra. "No começo, é claro, a gente se sente incomodado, principalmente quando crianças e jovens ficam olhando." Nessa época, jogava a camisa sobre os ombros, parte dela cobrindo a cicatriz. Depois, relaxou. "Com o tempo, você acaba esquecendo. A cicatriz é o de menos, é um sinal de que estou curado."
O diagnóstico precoce e o tratamento preventivo não estavam disponíveis em 89, quando Francisco Peres Romero, 71, descobriu que tinha câncer de mama. Há cerca de 20 anos, a irmã mais velha de Francisco, então com 67 anos, morreu em conseqüência da mesma doença.
Casado, pai de um único filho e avô de dois netos adolescentes, Francisco percebeu um pequeno caroço no lado direito da mama no momento em que tomava banho -o meio mais comum de descobrir o tumor.
"Não doía nem incomodava. Devagarinho, o caroço foi crescendo", conta Francisco. Um ano e meio depois, ele acordou no meio da noite com uma forte dor na região do nódulo, atingida por uma cotovelada de sua mulher, Hermelinda Cozzi Peres. A região infeccionou, o que acabou levando Francisco ao médico e, na seqüência, à mesa de cirurgia.
O aposentado foi operado somente em junho de 91, uma pequena cirurgia para a retirada de tecido para análise. "Demorou muito. Acho que o médico devia ter sido procurado assim que eu descobri o caroço", diz ele. No mês seguinte, o aposentado voltou a ser operado, dessa vez para a retirada da mama.
A recuperação levou um ano e meio, com uma maratona de sessões de rádio e quimioterapia. Atualmente, o câncer está estabilizado, e Francisco faz exames regularmente, a cada seis meses. "Comecei a viver novamente."
É o caso do advogado Francisco Crocco, 76, que, em julho de 98, também passou por uma cirurgia para retirada da mama esquerda. Ao contrário da maioria dos pacientes, Crocco foi rápido. Cerca de 45 dias após a descoberta do nódulo, já estava em uma mesa de cirurgia.
"Acho que demorei até demais. Fui tranqüilo. Pensava assim: "Nem toda dor de cabeça é um tumor, nem toda dor de estômago é uma úlcera. Não pensei em câncer", lembra o advogado. Crocco também descobriu o nódulo durante o banho. Era pequeno, mas não o desprezou. Crocco também descobriu o nódulo durante o banho. Era pequeno, mas não o desprezou.
Fazer um auto-exame de mama nem passa pela cabeça da grande maioria dos homens. Muitos nem se lembram que têm mama. Os músculos que saltam na hora de "puxar ferro" são apenas parte que costumamos chamar de peito. A mama masculina é incipiente. Ela fica atrás do bico (mamilo), auréola e o músculo grande peitoral. Quando crianças, meninos e meninas têm mamas praticamente iguais: são mamilos sobre superfícies lisas. Na adolescência, a produção de estrógeno provoca o crescimento dos seios e a formação das glândulas mamárias nas mulheres.
O baixo estímulo dos hormônios sexuais femininos (estrógenos) impede o desenvolvimento de seios nos homens. Mas eles mantêm os "vestígios" da mama. O câncer de mama é visualmente mais fácil de ser percebido no homem do que na mulher _um caroço pequeno pode nem ser notado em um seio.
A cada seis meses, Crocco volta ao médico para exames periódicos, que avaliam a estabilidade da doença. "Essa palavra precisa ser desmistificada entre a população. O câncer não é mais o que era há 50, 10 anos, e hoje novas formas de combatê-lo estão surgindo", afirma.
"Câncer para mim é um assunto totalmente encerrado. O que eu quero é chegar aos 100 anos de idade, comendo pizza e tomando cerveja sem álcool", afirma Crocco.
É a mesma sensação vivida pelo maquinista Renato, que, na semana passada, comemorava os seis meses de sua filha mais nova -uma consequência positiva e imprevista do câncer. "Os médicos diziam que químio e radioterapia poderiam provocar a esterilidade dele e eu parei com as pílulas", conta Rosângela.
A gravidez não foi nada fácil. Além de uma depressão provocada pelo risco de perder o marido, Rosângela morria de medo de que o bebê nascesse com problemas. O parto foi um alívio.
Para comemorar, a criança ganhou o nome de Victória. "Ela representa a vida, pois nunca desistimos, apesar de todas as dificuldades", diz Rosângela.


http://www.cancerdemama.com.br/index2.htm